Sunday, May 18, 2008

Trabalho duro? Tô fora...

Trabalhar em Londres sempre foi um sofrimento. Tudo bem que tem esse lance de “lição e experiência de vida”, mas pra quem não tá muito acostumado a pegar no pesado, qualquer coisa mais - digamos assim – diferente, machuca.

Lembro que foi um sacrifício começar a trabalhar por aqui (isso foi há mais ou menos três anos). É claro que, antes de sair do Brasil, eu tinha consciência das dificuldades que iria encontrar. Mas só comecei a me coçar mesmo quando todas as minhas economias se foram.

Daí não teve jeito. Acabei pegando a primeira coisa que apareceu. E o que foi? Que te importa!!! Rerrere – Brincadeira. Esse é o nome da posição que eu tinha: kitchen porter (ajudante de cozinha), que se lê mais ou menos quitimporter (por isso a piada. Agora ria.) E como ajudante de cozinha, eu lavava pratos como ninguém. Até porque, ninguém mais fazia isso naquele restaurante.

Contei para um amigo o que eu iria fazer. Ele me disse que lavar pratos não doía. Eu também achava que não. Até começar a fazer aquilo. E descobri que doía sim. E como doía. No corpo e na alma.

Três meses de sofrimento depois, arrumei algo menos pior. Fui trabalhar na área de Conferência e Banquete do Hilton de Docklands. Lá, eu tinha que arrumar mesinhas de reunião e, vez ou outra, bancar o garçon em festas.

Não era tão ruim, mas estava bem longe de ser bom.

Depois de pouco mais de um ano, uma outra atividade caiu dos céus: salva-vidas. Isso mesmo. Agora trabalho como salva-vidas em um centro de lazer aqui de Londres. O melhor de tudo é que eu faço nada por meia-hora ou uma, tenho folga de uma hora ou duas, depois faço mais meia ou uma hora pra logo folgar novamente.

Vou te falar que não tá ruim não. Apenas o sentimento de inutilidade. Mas quem se importa? Pelo menos eu tenho meu blog.

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