Tuesday, November 21, 2006

Oi Henrique

Tudo bem?

Eu queria tanto poder falar com voce. Estamos vivendo tantas coisas parecidas… Desde que voltei do Brasil fico me perguntando se vale a pena ficar mais tempo aqui ou voltar para o Brasil, mesmo sem ter um emprego por lá e ter a possibilidade de amargar um bom tempo de vacas magras…

Outro dia li um cara, especialista em RH, que dizia: "as vezes cinco anos de experiência pode significar cinco vezes a repetição da mesma coisa". Lembrei-me de você completando seus trinta anos de novo. O engraçado é que no Brasil parece que as coisas pararam no instante que eu o deixei. Gostaria de ficar só mais alguns meses aqui, até maio ou junho. Assim teria tempo de terminar o que comecei e voltar tranqüila, sem deixar o meu chefe na mão. E ainda batalhar por aulas do segundo semestre noBrasil.

Estou tão cansada da convivência com os brasileiros ilegais. As vezes me pego sentindo um enorme carinho por eles, afinal me ajudam muito. São eles que cuidam de mim quando fico doente, triste. Mas sempre tento não me envolver demais, pois sei bem que a vida de boa parte deles é baseada em mentiras e mais mentiras.

As mentiras são tantas que as vezes parecem verdade, decentes, aceitáveis... pessoas de bem.

A vida com os americanos também não é tao fácil. São prestativos mas educadamente ignorantes e ignorantemente preconceituosos.

Um beijo,

Silvia Oloris

* Silvia vive há uns bons anos nos Estados Unidos, onde trabalha em pesquisas ligadas ao câncer e à imunoterapia. Agora, depois de desistir de desistir da vida por lá, prepara-se para ir à Minnesota junto com o labaratório de seu chefe. Vai ganhar mais dinheiro e mais flexibilidade.

Saturday, November 11, 2006

O fantástico mundo virtual e o sangue borbotoante de Mino e Mainardi

Sou adicto, não nego! Minha droga de escolha é a internet. Enche-me de ânimo a possiblidade de falar com gente do mundo todo (não que eu o faça), assim como saber o que acontece ao redor do globo e, principalmente, no meu Brasilzão. Mais ainda nesse quase um ano e meio que estou fora. E o melhor: tudo isso sem gastar um tostão furado (quer dizer... uns tostões sempre gastamos).

Esta semana minha atenção está voltada para a troca de porradas virtuais entre Mino Carta e Diogo Mainardi. Ambos são jornalistas renomados. Tiveram e têm um grande poder nas mãos. Carta já trabalhou para o Jornal da Tarde, Quatro Rodas, Veja e hoje dirige a redação da Carta Capital. Mainardi é colunista da revista Veja e, se não me engano, apresenta ou apresentava o programa Conexão Manhattan. Ambos são conhecidos por um temperamento um tanto quanto tempestuoso.

Se querem se divertir como eu estou me divertindo, visitem o Blog do Mino e leiam sua defesa-ataque ao que Mainardi declarou em seu espaço, no Podcast da Veja. Espero que a briga continue na semana que vem.

Tuesday, November 07, 2006

30 de novo

Sábado passado, dia 4 de novembro de 2006, completei mais uma primavera, como gostava de brincar o meu amigo Guilherme. Seria primavera se eu estivesse no Brasil. Como estou na Inglaterra, é outono. E outono com cara de inverno brasileiro. Mais especificamente o inverno de Vargem Grande Paulista, onde, vez ou outra, os termômetros batem no congelante zero grau.

Mas isso não vem ao caso. O que importa é que esta é a segunda vez que completo mais um ano de vida aqui em Londres. Diferentemente do primeiro, quando fiz 30 pela primeira vez, estou mais acostumado com a cidade e com a vida dura, que nem está tão dura assim (pôxa. Acostumei mesmo). Também tenho um círculo de amigos bem interessantes. Não que os de um ano atrás não fossem. Eram. Mas em menor número (uns, tenho que dizer, eram estúpidos mesmo. Outros, continuam meus amigos). Sem contar que eu não tinha “tempo” livre para desfrutar daquelas companhias. Então, acho que proporcionalmente, tornei-me menos desinteressante.

O que eu quero dizer é que agora, quando completo 30 de novo, sinto-me mais em casa. Também sinto-me mais acolhido e acolhedor. E junto com isso tudo não estou sentindo um ano a mais nas costas. Tanto que, deliberadamente e descaradamente, repito a mesma idade do ano passado (meu irmão do meio, o Fabrício, vulgo Fafá, que não gostou muito. Ímagino que seja porque ele me alcançará a partir do dia 4 de fereiro próximo. Azar o dele! rerererere).

Bem que dizem que o ser humano é capaz de se adaptar a qualquer situação. Verdade pura!!!
Isso faz com que eu me sinta mais humano!

* Nas fotos, eu e elas, do jeito que tem que ser, e alguns camaradinhas.