Friday, June 16, 2006

O ano que não passou


Vargem Grande Paulista, 15 de junho de 2005.
Há dias pensando no dia de hoje. É hoje! Às oito da noite o avião decola. “Eita porra!”, como diria meu amigo baiano. Tenho que estar no aeroporto às 4 da tarde.

Acordo cedinho. Dou conta dos últimos preparativos da minha viagem. Tudo certo? Ok. Vambora.

Meu pai me leva para fazer algumas coisas e para me despedir de outras pessoas. O Vini, meu irmão mais novo, vai com a gente. Minha mãe, a tia Iara e minhas primas Juliane e Lígia vão me encontrar no aeroporto. Meu irmão do meio, o Fabrício, não pode ir. Trabalho!

Já são três da tarde. Chego no aeroporto antes da hora. Bom! Tenho tempo para trocar mais um dinheirinho (a moeda brasileira, por mais que você tenha – o que não era o caso -, vai ser sempre dinheirinho) e de comprar uns cadiados para as minhas malas. Meu pai e minha mãe fazem o check-in em meu lugar. Enquanto isso, como uma pizza de despedida. Não é a pizza mais gostosa do mundo. Pizza Hut. Mas tudo bem. È a pizza que eu estou acotumado a comer aqui.

Choradeira (mas nem tanto – acho que nem teve choradeira). Mesmo assim, “Affe Maria”. Tchau gente. Tchau Brasil.

Londres, 16 de junho de 2005.
Cheguei.

Um ano depois!
Quantas coisas aconteceram? Em quantos lugares estive? Quantas pessoas conheci? Muitas! Estou marcado pela cidade na carne e na alma.

Mesmo assim, a impressão é de que o ano não passou. Parece que todo dia da minha vida é o 16 de junho de 2005. Todo dia parece que estou apenas chegando aqui.

E por mais que sejam iguais, um dia é diferente do outro. E por mais diferentes, os dias são todos iguais.

Estou aqui há um ano. Parece que o ano não passou. Tive aniversário, carnaval, Natal e ano novo. Mas tudo sem gosto. Não pelas pessoas com que festejei, mas pelo significado. Não havia um. Era tudo diferente. Aquilo era tudo aquilo, mas parecia não ser.

Estou aqui há um ano: o ano mais diferente da minha vida!

* Na foto, eu há um ano pensando na morte da bezerra. Elas sempre morrem do mesmo jeito, né? Com porrada na cabeça.

6 comments:

Anonymous said...

Parabéns pelo que tem realizado, respeito muito isso. Coragem determinação....

Quando quizer por um fim nisso, conte com a gente.

Tens cá um amigo!

Um braço
M.

Anonymous said...

Conseguiu aumentar a audiência!!! Seu blog está mto bacana!!!
bjssss

Anonymous said...

Que lindo Henrique!

E uma honra ser sua amiga e ainda poder ler exatamente o que sinto nos seus textos.
E assim tenho certeza que apesar de nossas experiencias serem muito pessoais nosso sentimos sao universais.
Viva os poetas.

Anonymous said...

Li seu texto recomendado pela Silvinha do recado de cima. Tambem estou fora de "casa". E nunca tinha visto nada tao parecido com o que eu sinto. Parabens pelo texto e pela sensibilidade.

Anonymous said...

De qq forma, vc tem que se sentir vitorioso, pois conseguiu realizar uma de tuas grandes vontades. E me parece que tá valendo a pena! Teu blog faz parte de minhas visitas diárias na net! Abraço!

Henrique Andrade Camargo said...

Porra gente.
Valeu mesmo por esses recados.
Isso muito me alegra!!!
:D:D:D
beijo pora vcs