Somos (o Brasil) o país bronzeado

Como disse um amigo meu, "desde que eu me conheço por gente, a primeira medalha que o Brasil ganha nas olimpíadas é de bronze". Em uma semana de jogos, já somamos quatro. Claro que são as únicas quatro.

É sempre assim. A maioria das medalhas que o Brasil ganha é de bronze. Deve ser para honrar o orgulho nacional: o bronzeado brasileiro.

Imagino o pessoal da natação e do judô conversando:
- Pô véio. Não dá pra pegar um bronzeado nessa por** dessa China. Muita poluição.
- Verdade. Pelo menos a gente ganha uma pá bronze pra compensar, né?

A teoria do bronze brasileiro faz tanto sentido, que é só ter em mente o desempenho do pessoal do vôlei de praia. Eles, sim, ganham ouro. Por que? Porque já são bronzeados.

O bronze é a maldição brasileira. Te coloca entre os melhores, mas não te faz o melhor. O bronze também nos (des)caracteriza como povo. A pele queimada de sol é uma beleza. Difícil dizer outro povo que tenha essa tonalidade encantadora. Por outro lado, não somos negros, nem brancos, nem índios. Somos mestiços. E vira-lata nunca vai ter pedigree.

Mas eu ainda acredito na supremacia morena. O brasileiro tem salvação, desde que pegue o melhor possível de sua herança genética. Sem querer rotular, mas já rotulando: o negro é forte e trabalhador, o branco domina tecnologias de ponta e o índio sabe curtir a vida sem destruir a natureza.

O moreno tem tudo isso no sangue. É só separar o joio do trigo (e ficar com o trigo, claro).

PS. a República Tcheca, meu segundo país, só tem duas medalhas até agora. Mas pelo menos são de ouro. OURO.